Rita Rodrigues, no meio, junto com os vereadores Gilvan e Reges Silva. Foto: PCdoB |
Na tarde de ontem, segunda-feira,
13, aconteceu um ato público na Câmara de Vereadores de Jequié para debater e
se opor ao comunicado do Governo Estadual que, de forma unilateral, fechou a
Escola Estadual Maria José, escola de Ensino Médio, com o discurso de que
estaria fazendo a municipalização.
O evento de protesto foi
convocado e dirigido por RITA RODRIGUES, do Território Médio Rio das Contas, e
pelo vereador REGES SILVA, do PT, que inicialmente falaram que a educação
precisa ser prioridade e que uma decisão que prejudica a comunidade precisa de
um posicionamento firme de todos. Na oportunidade, várias autoridades se
pronunciaram, como o vereador e presidente da Câmara Tinho, também o vereador
Soldado Gilvan e Beto de Lalá, todos se solidarizando com a luta da comunidade
escolar, cujos alunos estão acampados na instituição depois dessa recente
decisão do Governador, considerada autoritária, pois pegou a todos de surpresa.
Representando os educadores e
educadoras, a APLB-Sindicato, através da dirigente Regional Dilma Santana, está
na linha de frente nessa luta, participando das reuniões na escola e de outras
atividades.
Segundo Dilma, a comunidade está
correta em não aceitar a imposição, sobretudo por a escola histórica e uma
referência para o povo da localidade, formada por muitas pessoas de origem
popular. Além disso, acrescentou, a Maria José é uma escola premiada em muitos
projetos do estado pela eficiência do trabalho dos professores e competência
dos alunos. "Tudo isso não pode ser interrompido de uma hora para outros.
Exigimos diálogo da SEC (Secretaria Estadual de Educação) com a comunidade
escolar", reforçou.
Populares e a comunidade escolar protestam contra a decisão do governo. Foto: PCdoB |
Representantes de todos os
deputados da base do governador também se pronunciaram e deram apoio à luta da
comunidade escolar pela manutenção da escola, que é de Ensino Integral, com
mais de 600 alunos matriculados, sendo 500 no Ensino Médio, conforme dados de
matrícula de 2019.
Organizações populares, como o Levante
da Juventude, e a UNNEJE (União dos Negros e Negras de Jequié), além da
presidente do Conselho Municipal de Jequié compareceram ao ato e se
solidarizaram com a resistência da comunidade escola.
Já na metade do evento, apareceu
o Superintendente da Educação, representando a SEC, o Sr. Rainer. Na mesa, Rita
cedeu a fala para diversas pessoas presentes, inclusive para a representante
dos estudantes na escola, que mostrou sua indignação com o fato ocorrido e
disposição para continuar na luta.
Cartaz simboliza o sentimento de revolta contra o governo estadual. Foto: PCdoB |
Na continuidade do ato, Rita leu
as principais decisões da reunião pública, dentre elas a do não fechamento da
escola e também a que solicita reforma na estrutura física da unidade de
ensino, já com os recursos liberados.
Após ouvir diversos
pronunciamentos, ao usar a palavra o Superintendente Rainer tentou justificar a
decisão do governo, mas diante da reação negativa unânime dos presentes, ele
falou que toda medida pode ser revista, mas que antes seria necessário uma
ampla consulta e pesquisa para corrigir "os ruídos" na comunicação
que poderiam ter ocorrido. Acrescentou que o fato de estar no evento já
indicava a abertura para o diálogo, mesmo assim não garantiu mudança de
posicionamento do governo.
Já no final, por sugestão de
Rita, em acordo com o vereador Reges Silva, decidiu-se elaborar um Documento
com as propostas aprovadas no ato, assinado pelas organizações e autoridades
presentes, para encaminhar para a SEC, defendendo a manutenção da escola com o
Ensino Médio Integral, as reformas na estrutura física e a abertura para o
diálogo.