quarta-feira, 27 de maio de 2020

CÂMARA APROVA ‘LEI ALDIR BLANC’ DE AJUDA EMERGENCIAL AO SETOR CULTURAL

Deputada federal Jandira Feghali, PCdoB/RJ. Foto: Vermelho

Com relatoria da deputada Jandira Feghali, o texto identifica como fontes de financiamento para o socorro ao setor o orçamento e superávit do Fundo Nacional de Cultura

O plenário da Câmara aprovou nesta terça-feira (26), por unanimidade dos líderes, o Projeto de Lei 1075/20, que destina R$ 3,6 bilhões para ações emergenciais no setor cultural beneficiando artistas e trabalhadores da área afetados pelas restrições impostas pelo isolamento social necessário para conter o avanço da Covid-19.
A proposta, da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), foi aprovada na forma do substitutivo da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que agregou diversas contribuições de outros quatro projetos, descentralizando os recursos a estados e municípios. O texto também concede a suspensão do pagamento de tributos federais incidentes sobre rendimentos de artistas e atividades culturais até o fim do estado de calamidade pública decorrente da pandemia do novo coronavírus.
Além disso, proíbe o corte de água, energia elétrica e serviços de telecomunicação, como internet, de empresas do setor cultural, durante o período de calamidade pública.
Segundo a relatora, o Estado precisa formular políticas públicas, fomentar, incentivar, definir prioridades e criar condições para o desenvolvimento das atividades artísticas de toda a sociedade e, neste momento de pandemia, socorrer o setor cultural. A parlamentar observou que um grande número de pessoas, que dependem ou se relacionam economicamente com a renda gerada na cultura, estão vivendo de ajuda de outros colegas, de cestas básicas, ou passando fome com suas famílias.
“A arte, parte forte, transformadora e constitutiva da nossa cultura, incide sobre os seres humanos desde que nascem, para não falar da gestação, até a possibilidade de melhora e até de cura das doenças da senilidade. É coirmã da educação e redutora de violência, construtora da civilização, mas, muitas vezes, não é vista como ofício, como trabalho. A cultura é parte importante do projeto nacional de desenvolvimento”, destacou.
Jandira Feghali assinalou que todos os decretos de isolamento social adotados pelas autoridades públicas tiveram como resultado imediato a paralisação dos espetáculos e outros eventos culturais. Ela advertiu ainda que, na retomada do curso habitual da convivência social, estas atividades serão as últimas a voltar à normalidade, por isso, o Parlamento brasileiro não poderia faltar à cultura neste momento tão difícil do País.