quinta-feira, 28 de junho de 2007

Comunista do movimento negro assume a Subsecretaria de Políticas Afirmativas

Nomeado nesta terça-feira (26/6), Alexandro Reis, estudante universitário baiano, coordenador da União de Negros pela Igualdade (Unegro) e militante do PCdoB, é o novo subsecretário de Políticas e Ações Afirmativas da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República. O novo subsecretário, em entrevista ao Vermelho, declara que contribuir para a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial pelo Congresso Nacional é uma prioridade.

Quais as funções inerentes ao cargo que você acaba de ser nomeado?
A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR) foi instituída em 21 de março de 2003, logo que o governo Lula assumiu. Ela é uma antiga reivindicação do movimento negro e tem a função de transversalizar as políticas de combate ao racismo e promoção da igualdade racial em todas as outras políticas do governo federal. Já a função da subsecretaria é o desenvolvimento de ações afirmativas nas áreas de Saúde, Educação, Cultura, desenvolvimento econômico e na geração de emprego e renda. As ações afirmativas consistem em políticas de promoção social, econômica, cultural e política de segmentos ou grupos que historicamente foram discriminados, entre as quais está a política de cotas para negros na universidade. Na área de Saúde, por exemplo, temos a função de propor ações de pesquisa em doenças que são prevalecentes na comunidade negra. Na área de Educação, a secretaria teve grande importância na criação da lei 10639, que tornou obrigatório o ensino da História e da Cultura Africana e Afro-brasileira nas escolas.

Quais são as ações prioritárias na sua nova função?
As prioridades estão na área de Educação, Saúde e desenvolvimento econômico. Na educação vamos trabalhar pelo acesso e permanência dos alunos negros no ensino básico, médio e universitário. Além disso, está entre as minhas prioridades contribuir para que o Congresso Nacional aprove o Estatuto da Igualdade Racial.

Como você pretende dar expressão estadual as políticas afirmativas do governo federal?
Na Bahia, por exemplo, que é um estado singular para as políticas e ações afirmativas porque temos o maior contingente populacional de descendentes africanos, temos muitas ações a serem desenvolvidas, como as relacionadas à política do Trabalho Decente, atuando com as empresas e com o governo do estado para qualificar e abrir oportunidades para a população negra que está entrando na universidade e precisa estar no mercado de trabalho. Precisamos, além disso, atingir algumas comunidades com políticas afirmativas, como a dos quilombolas, que necessitam ter suas atividades econômicas e culturais fortalecidas com intercâmbios articulados com o governo da Bahia. Outra prioridade se refere ao contingente de empregadas domésticas. É necessário o desenvolvimento de ações de qualificação profissional e social desse importante segmento do mercado de trabalho, cuja maioria é negra.

O que significa a sua nomeação para a Bahia?
O fato de estarmos assumindo a subsecretaria tem um importante significado para a Bahia.Vamos estabelecer uma conexão direta com as políticas que são realizadas no estado, trazendo novas políticas e novos recursos para fortalecer as ações dos governos estadual e municipal. Isso significa uma vitória para todos nós.

Como você vê a sua indicação pelo PCdoB para o cargo?
Eu recebo essa tarefa que o partido me designou como um reconhecimento da importância de se combater o racismo. O PCdoB é um partido que tem em sua história a participação de militantes do movimento negro em momentos importantes, como é caso do Osvaldão, um dos líderes da Guerrilha do Araguaia. A indicação de militantes da luta anti-racista pelo PCdoB para cargos públicos representa a afirmação do compromisso do partido com um Brasil melhor, diverso, que seja gerido pelas suas variadas matizes. Sinto-me muito honrado.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Renan afirma ser vítima de "esquadrão da morte moral"


"O que importa é que eu não me intimidarei. Eu resistirei até o fim". O aviso foi dado na manhã desta terça-feira (26) pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao descer do carro e ser indagado sobre a hipótese de o PSOL lançar no Rio de Janeiro e em Brasília uma campanha com o lema "Fora Renan Calheiros". Ele afirmou que a "sentença" representa "uma espécie de esquadrão da morte moral".



O PSOL foi o partido que ajuizou no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar representação para verificação de quebra de decoro parlamentar por parte de Renan. A representação se baseia em denúncia da revista Veja, segundo a qual o senador teria despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior.
“Acho que isso tudo é uma espécie de esquadrão da morte moral. As pessoas, sem ter prova, anunciam a sentença e depois ficam como estão, sem saber o que fazer, porque não têm o que apresentar à sociedade. O que importa é que eu não me intimidarei. Eu resistirei até o fim”, afirmou Renan.
Sobre denúncias contra o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), Renan disse não querer fazer julgamento antecipado. “Tenho experiência para não pré-julgar ninguém”, afirmou. “Ele tem dito que vai se explicar. Acredito que ele vai esclarecer”, acrescentou. Sobre o trabalho no Senado, Renan disse que vai trabalhar nas próximas semanas para garantir a produtividade e a votação na casa.
Roriz está sendo investigado desvio de recursos do Banco de Brasília (BRB). Gravações feitas pela Polícia Civil, com autorização judicial, foram divulgadas no fim de semana, com diálogos entre Roriz e o ex-presidente do banco, Tarcísio Franklin de Moura, onde combinavam o local de entrega de R$ 2,2 milhões em dinheiro. Segundo o senador, parte destes recursos - R$ 300 mil - foi um empréstimo feito junto ao empresário Nenê Constantino para o pagamento de uma novilha. O restante do dinheiro, ainda segundo explicações de Roriz, foi entregue em espécie ao empresário.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

NO JORNAL A TARDE, NOTA DA APLB-SINDICATO SOBRE A GREVE

Nota publicitária publicada em A Tarde

NOTA PAGA PELA APLB-SINDICATO, PUBLICADA NA PÁGINA 13 DO PRIMEIRO CADERNO DE A TARDE DE 19 DE JUNHO DE 2007

Os 16 anos de abandono da educação e as perdas salariais acumuladas pelos servidores de mais de 83% estão entre os motivos que levaram Wagner a ser eleito governador da Bahia. No entanto, até o mês de maio de 2007, as escolas continuavam funcionando precariamente, com estruturas físicas comprometidas e sem verbas. Para agravar este quadro, o governo tenta impor uma política que não equipara imediatamente o piso ao salário mínimo, penalizando com menor reajuste exatamente os professores de melhor formação, desrespeitando conquistas anteriores da categoria.
Por conta de tal proposta, o professor com formação de nível médio (Nível I) terá em novembro um reajuste de R$ 56, 00. E só aí terá seu piso igualado ao salário mínimo. O professor com o curso de licenciatura curta (Nível II) receberá R$ 52,61, enquanto o professor com formação de nível superior (Nível III) terá acrescido ao seu salário apenas R$ 21,97. E os professores com especialização, mestrado ou doutorado (Nível IV) receberão só R$ 25,96 a mais.
Nossa intenção agora não é nem a de cobrar a promessa de campanha de Wagner, a qual afirmava que dobraria o salário dos professores, nem a recuperação total das perdas salariais dos últimos anos. Queremos apenas a garantia dos 17,28% de reajuste para todos os níveis.
Enquanto escutamos do governo lamúrias acerca da "herança maldita" como justificativa à opção política de negar recursos para a educação, somos diariamente surpreendidos com notícias contraditórias a este discurso. O superávit de R$ 834 milhões no caixa do Estado; o perdão da dívida de R$ 74,6 milhões das companhias telefônicas e as fraudes de cerca de R$ 19 milhões, descobertas na folha de pagamento da Bahia, totalizam quase R$ 1 BILHÃO. Valor este 100 vezes maior do que o necessário para o reajuste linear da categoria, amparado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
À nossa categoria não restou outra opção senão recusar o acordo firmado com outros servidores do Estado. Acordo este que desrespeita nossa data base e desconsidera nosso plano de cargos e salários.
Vivemos anos de governos autoritários e aprendemos ao lado de Wagner e muitos que compõem o seu governo a não nos intimidar diante de ameaças adotas agora por eles, como ação judicial e corte de salários.
Continuamos dispostos a negociar, solicitamos a mediação da CUT, mas o governo mantém intransigente e não negocia.
Retornaremos imediatamente ao trabalho, tão logo o governo dê sinais de que cumprirá suas promessas, diferenciando-se na prática, dos governos anteriores, apresentando uma proposta de reajuste verdadeiramente compatível com os recursos disponíveis no Estado e priorizando a educação.19/06/2007 APLB-Sindicato.
PUBLICADA NA PÁGINA 13 DO PRIMEIRO CADERNO DE A TARDE DE 19 DE JUNHO DE 2007
19/06/2007 APLB-Sindicato

segunda-feira, 18 de junho de 2007

LAMARCA E OS SAUDOSOS DA DITADURA

18 DE JUNHO DE 2007 - 13h35
Por Altamiro Borges*
A decisão da Comissão de Anistia do governo Lula, de fazer uma justiça histórica ao promover para o posto de general o capitão Carlos Lamarca e de indenizar sua família, gerou uma brutal reação da mídia burguesa, que não perde a oportunidade para demonstrar o seu truculento caráter de classe. As reações mais hidrófobas partiram da revista Veja e do Estado de S. Paulo.
A revista IstoÉ trouxe uma inoportuna entrevista com o coronel reformado Jarbas Passarinho, ex-ministro dos governos do ditadura, atacando a medida e afirmando, com todas as letras, que “eu faria tudo de novo” – golpe, prisões, torturas e assassinatos de patriotas. Já a TV Globo divulgou a decisão sempre de forma jocosa, como se o guerrilheiro morto na Bahia fosse um monstro e seus algozes fossem os heróis que evitaram a “ditadura comunista”.
As reações mais hidrófobas, entretanto, partiram da revista Veja (sempre ela!) e do jornalão conservador O Estado de S. Paulo. Com o título “bolsa-terrorismo”, o panfleto da famiglia Civita parece ter sido escrito por algum fanático do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) remanescente do período do regime militar. O texto é totalmente editorializado, não tem nada de informativo, e revela uma saudade mórbida da ditadura – talvez como gratidão pelos subsídios estatais que viabilizaram a construção do império midiático da Editora Abril. Já no seu blog da Veja, Reinaldo Azevedo, um raivoso mentor “intelectual” do PSDB, abusa dos adjetivos e chavões para atacar as indenizações às vitimas da ditadura militar previstas na Lei da Anistia. Blog fascista de Reinaldo Azevedo
“Os terroristas não sabiam, mas estavam investindo em seu patrimônio. Ou da família. Até gente que nunca atirou uma pedra com estilingue recebeu indenizações milionárias como ‘vitimas da ditadura’. Lula é um pensionista, imaginem”, debocha o articulista da nova direita, esquecendo-se de citar seus amigos tucanos que também foram incluídos na Lei da Anistia. Após confessar que é “anticomunista, o que só pode ser uma doença”, achincalha com a biografia heróica do guerrilheiro. “Lamarca desertou do Exército em 1969 para integrar uma facção terrorista. Abriu mão de ser um militar. Morreu [não diz que foi assassinado] em 1971. Mas a comissão do Ministério da Justiça resolveu ‘promovê-lo’. Promoção por quê? Por ele ter tentado implantar no Brasil um regime que, em caso de sucesso, não teria matado menos de alguns milhões?”.
Reinaldo Azevedo encerra seu texto na Veja, intitulado A bilionária bolsa-terrorismo paga pelo Brasil, de maneira infame: “O Brasil não deve nada a esses caras, incluindo a democracia, que eles tanto detestavam”. Esta mentira histórica descarada é um desrespeito a todos que lutaram contra a ditadura militar e merecia a abertura de processos jurídicos de suas vítimas. Até lideranças do PSDB, que tiveram o reconhecido mérito de lutar pela redemocratização do país, deveriam protestar contra este “jornalista” que a mídia apresenta como “mentor tucano”. Do contrário, elas serão cúmplices das sandices deste provocador fascistóide.
Ranço anticomunista do Estadão
Com o mesmo rancor, mas sem se esconder atrás do falso ecletismo das matérias jornalísticas ou dos bem pagos colunistas, o Estadão expôs sua opinião direitista já no editorial “prêmio ao facínora desertor”. Nele o jornalão conservador afirma que “a decisão da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, concedendo pensão equivalente ao soldo de general-de-brigada à viúva do capitão desertor Carlos Lamarca, ultrapassa todos os limites do bom senso”. Após citar outro intelectual vinculado ao PSDB (baita companhia), Leôncio Martins Rodrigues, que afirma que a indenização “é uma recompensa a quem queria instaurar uma ditadura socialista”, o editorial tenta se colocar acima dos poderes da República, como autêntico “partido da direita”.
Além de criticar o Superior Tribunal de Justiça (STJ), “que considerou, de forma arbitrária e descabida, que Lamarca teria chegado ao posto se tivesse continuado na carreira militar”, o jornal condena as declarações do ministro Tarso Genro, que avaliou como “juridicamente correto e politicamente adequado a concessão do benefício” e chamou Lamarca de “um símbolo da ‘resistência radical’ á ditadura militar”. Lembrando o sombrio período pré-golpe de 64, quando conclamou a indisciplina dos militares, o Estadão afirma que “a promoção póstuma, verdadeiro prêmio ao facínora desertor, constitui uma provocação às Forças Armadas”. Preocupado com o futuro, o jornalão conservador teme a carga simbólica da decisão na juventude brasileira.
Cinismo e ódio de classe
“As sociedades precisam de seus heróis, de figuras históricas que se tornam modelos de comportamento por seus atos de coragem, generosidade e descortino em defesa de valores fundamentais ao interesse coletivo. Tentar colocar o terrorista Carlos Lamarca nessa categoria histórica é pura aberração. Muitos foram os que lutaram contra a ditadura militar... Seguramente, entre esses não estavam Carlos Lamarca, Yara Iavelberg e seus companheiros da VPR ou do MR-8. O que eles queriam era derrubar uma ditadura e implantar outra, mais cruel e liberticida. Reconhecer a exemplaridade da figura de Carlos Lamarca é fazer reconhecimento de valor de seus métodos de luta pelo poder. É particularmente alarmante que isso ocorra no momento crítico em que o uso da violência dos chamados ‘movimentos sociais’ é não só tolerado, mas enaltecido”.
Nada mais revelador da postura direitista e hipócrita da mídia burguesia. Primeiro tenta negar que Lamarca, que abdicou de uma carreira militar meteórica para lutar contra ditadura, seja um exemplo de “coragem e de generosidade” – o que é exatamente o seu caso e não dos amigos fascistas do Estadão. Segundo, o editorial tenta se apossar cinicamente da história dos que lutaram pela democracia - exatamente o mesmo jornal que conclamou o golpe militar de 1964 e silenciou diante das torturas. E, de quebra, ainda ataca os movimentos sociais da atualidade, revelando o ódio de classe da oligárquica família Mesquita aos os que lutaram, ontem e hoje, contra a opressão e a injustiça. Na prática, o Estadão tem saudades da paz do cemitério da ditadura.
Mentiras da mídia golpista
Num texto carregado de justa indignação, o editor-chefe da Carta Maior, Flávio Aguiar, contesta todos os falaciosos argumentos apresentados pela mídia contra a decisão da Comissão de Anistia. “O primeiro é de que Lamarca era um desertor, um traidor, portanto. Estava fora do Exército. Ora, este argumento esbarra na ilegalidade e na ilegitimidade do Estado instalado com o regime de 1964... O regime nazista instituiu o mal como virtude. Em outra escala, é verdade, o regime brasileiro de 1964 fez o mesmo: passaram a ser virtudes a delação, a perseguição, a tortura, a eliminação dos adversários, a censura, a prisão arbitrária... Quantas pessoas tiveram de deixar suas atividades, seus empregos, suas comodidades, por questões de consciência? Lamarca não foi um desertor. Seu gesto foi extremo, é verdade, mas foi motivado em primeiro lugar pelo estado de ilegalidade e ilegitimidade que o país inteiro vivia”.
“O segundo argumento é o de que Lamarca ‘morreu em combate’, e isso é dos azares de quem optou pela luta armada. Ele não estava preso, como, por exemplo, o jornalista Vladimir Herzog, outro ‘suicidado’ pela ditadura. O argumento foge completamente ao espírito de qualquer anistia, mesmo a parcial imposta pela ditadura. Ainda assim ele esbarra na constatação óbvia de que o fim de Lamarca fora decretado antes, como fica evidente pelo modo como ele foi morto, sem chance de defesa nem de fuga, até com dificuldade para andar... Lamarca foi varado por sete tiros ‘ao se levantar’, deitado que estava, prostrado pela exaustão. Em nenhum momento falou-se em qualquer reação, o que mostra que a sentença já estava lavrada”.
“O terceiro levanta dúvidas sobre a natureza da luta de Lamarca. Ele não estaria lutando ‘pela democracia’, mas para instalar uma ‘república socialista’, ou seja, a famosa ou famigerada ditadura do proletariado. Mas este argumento morde o próprio rabo. Fossem quais fossem suas convicções, Lamarca lutava por elas sim, mas lutava também pelo direito dos cidadãos brasileiros terem convicções e poderem exercê-las. A presunção de que isso levaria a tal ou qual beco sem saída ou com outras saídas da história é apenas e nada mais que isso: uma presunção. Havia uma ditadura de fato, a que conhecemos e que hoje qualquer brasileiro de bem deve execrar... Não se pode julgar alguém pelo crime que não teve oportunidade de cometer”.

* Jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro As encruzilhadas do sindicalismo (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).

terça-feira, 12 de junho de 2007

A GREVE DOS PROFESSORES DO ESTADO CONTINUA. ASSEMBLÉIA SEXTA, 15/06

O governo não apresentou nenhuma contraproposta e os professores e professoras da rede estadual de ensino público da Bahia mantêm a greve iniciada em 8 de maio. A decisão foi da assembléia geral realizada na manhã desta terça-feira (12/06), no ginásio de esportes do Sindicato dos Bancários, na Ladeira dos Aflitos, em Salvador. A categoria decidiu fazer uma nova assembléia geral na próxima sexta-feira, 15/06, às 9 horas, no Teatro do ICEIA, no Barbalho. E decidiu também que:
- Amanhã (13/06) a categoria vai participar do debate sobre o Piso Nacional, às 14 horas, no Colégio Dois de Julho
- Quinta-feira (14/06), às 9 horas, estará presente no 1º Seminário Estadual da Política Nacional da Educação, na Fundação Luiz Eduardo Magalhães
- Sexta-feira (15/06), às 20 horas, a categoria espairece, no forró da greve, que será realizado na Associação Atlética da Bahia, na Barra
- Sábado (16/06), ocupa o Centro de Convenções da Bahia, onde haverá um evento estadual.
Em Jequié, a categoria confirmou a continuidade da greve, marcando, também, uma Assembléia Geral para as 15h do dia 15/06 (sexta-feira), na sede do Sindicato. Após a reunião, haverá uma passeata pelo centro da cidade.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

GREVE DE PROFESSORES DA UESB CONTINUA


A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) entrou em greve desde o dia 16 de maio. São aproximadamente 900 professores participando da paralisação nos três campi, os de Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié. Os 12 cursos do Campus de Jequié também não estão funcionando, deixando os 2000 estudantes em estado de expectativa quanto ao término do movimento paredista.
A Associação dos Docentes da Universidade Sudoeste da Bahia (ADUSB) protocolou, junto com as outras Associações docentes da UESC, UEFS, UNEB, a pauta de negociação ainda no dia 20 de dezembro de 2006. Dentre os itens da pauta estão: incorporação da Gratificação de Estímulo à Atividade Acadêmica (27,2%) ao salário-base; revogação da Lei 7176/97 que institui a lista tríplice para a escolha dos reitores e mais verbas para as universidades estaduais.
Devido à protelação do Governo estadual, os professores das quatro universidades baianas fizeram 8 paralisações de advertência nesse período para obterem uma resposta governamental ao que eles reivindicam. “Mesmo com essas mobilizações, o Governo mostrou-se insensível. Nada avançou. Tivemos três audiências sem avanços entre os meses de fevereiro a abril. A cada reunião, o Governo recuava no que poderia ser atendido. Essa atitude deixou a categoria insatisfeita. Por isso, foi decretada a greve. A atitude insensível do Governo Wagner contribuiu para decisão dos docentes”, falou Cândido Requião, Secretário Sindical da ADUSB, Campus de Jequié, informando ainda que outras duas universidades estaduais estão na greve: a UNEB e a UEFS.
O dirigente sindical informou que no dia 12 acontecerá uma nova Assembléia Geral, no Campus de Vitória da Conquista. “Nessa data, faremos uma avaliação do movimento. O Comando de Greve está tentando fazer com que o Governo reabra as negociações. Esperamos que isso aconteça”, conclui Requião.
A professora Ana Angélica, diretora do Departamento de Ciências Biológicas (DCB), acredita que se a categoria se mantiver unida, o Governo vai ceder. “Afinal de contas, o Governo Wagner se elegeu com um discurso democrático e teve o apoio do movimento social para sua eleição. O Governo deve ter compromisso com ensino superior e com a valorização dos trabalhadores”, enfatiza.

Por Gidásio Silva

SECRETÁRIO PROPÕE O FIM DA GREVE

O Secretário de Articulação Regional Rui Costa, direcionou grande parte do seu pronunciamento na plenária do PPA 2007, às questões políticas, notadamente ao setor educacional, fazendo sérias críticas aos governos passados, que afirmou ter repassado uma herança negativa ao atual governo. Rui Costa criticou as lideranças sindicais que mantém a greve dos professores e afirmou que as rodadas somente deverão ser reiniciadas quando a categoria retornar às salas de aula. (Por Wilson Novaes)

Veja os Comentários

Professora Claudenice escreveu em 10/06/2007 22:48:54

"Ele poderia aproveitar a oportunidade para dizer ao povo de Jequié e região que o governo, realmente, tem deixado de cumprir alguns dos seus compromissos de campanha, dentre eles, a garantia de que nenhum servidor ganharia vencimento abaixo do mínimo; a data base do servidor é 1º de janeiro, descumprindo a lei 6677/94, artigos 55 e 258. Que o governo já estaria a providenciar mais investiementos para a educação da Bahia. Por que já sabemos da dívida social deixada por governos anteriores. Tá na hora de trabalhar, de garantir aos jovens estudantes da Bahia uma educação de qualidade, permeada pela valorização dos profissionais da educação. Ele está sendo impositivo...."Pagando com traição a quem sempre lhe deu a mão". Mas, gostaria de informar que a APLB/Sindicato encaminhou 24 propostas ao PPA. Mesmo a categoria em greve, participou na construção do plano".

sexta-feira, 8 de junho de 2007

PC DO B DE JEQUIÉ SEDIA ENCONTRO DA REGIÃO SUDOESTE II

O PC do B em toda Bahia realizou diversos encontros regionais para se organizar e unificar sua política para os futuros embates, principalmente o eleitoral de 2008. O da Região Sudoeste II aconteceu em Jequié, em 26 de maio, com a participação da cidade sede e das seguintes cidades: Milagres, Maracás, Itiruçu, Ipiaú, Jaguaquara, Manoel Vitorino, Brejões, Lajedo do Tabocal e Irajuba.
Prestigiaram o evento várias lideranças políticas, dentre elas o deputado estadual Javier Alfaya; a vice-prefeita de Jequié, Rita Rodrigues; a presidenta do PC do B de Jequié, Ana Angélica, os vereadores Curinga - de Jaguaquara, Lúcia – de Itiruçu, Vitor Vieira – de Manoel Vitorino, junto com outros edis desta cidade que querem ingressar no PC do B, além de membros do partido das diversas cidades presentes.
Egberto, membro da Comissão estadual de Organização, disse que a meta dos encontros regionais era estruturar melhor o Partido e unificar seu projeto tático e estratégico, levando em conta cada realidade. Através dessa articulação, continua, será possível “congregar os dirigentes para debaterem a política do PC do B no novo momento, principalmente preparar a organização partidária para a eleição de 2008”, enfatiza.
Sobre as perspectivas eleitorais, Egberto compreende que com as vitórias de Lula e Wagner e o crescimento do prestígio do partido em nível nacional, “criou-se as condições para o partido ter uma tática mais ousada, afirmativa de nossos projetos, já nas próximas eleições municipais”.
-- A construção do Plano Político Eleitoral para 2008 compreende também amplo trabalho de filiação de lideranças locais identificadas com o programa do partido, nos diversos setores da sociedade – completa Egberto.
O Deputado Estadual Javier Alfaya, em sua intervenção, falou que a Direção Estadual o convocou para participar do encontro em Jequié. “Não estou aqui como deputado para agradecer votos e sim como uma tarefa de partido. Nosso partido tem grandes desafios para fazer avançar o processo político na Bahia e no Brasil”, lembra.
Por isso, continua, “devemos discutir com antecedência a situação do PC do B no Estado. Dessa forma encontraremos os caminhos que fortaleçam o partido para enfrentar quaisquer desafios, sejam os eleitorais ou organizativos”.

Por Gidásio Silva

quarta-feira, 6 de junho de 2007

DIRAN LIMA ASSUME DIREÇÃO DO SAC

O SAC -Serviço de Atendimento ao Cidadão tem uma nova direção em Jequié. O novo Gerente é o senhor Diran Lima, que assumiu oficialmente o cargo no dia 28 de maio.

A agência do município foi inaugurada em 13 de novembro de 1998. Desde essa data ela vem prestando diversos serviços de qualidade para a população. “Aqui você encontra atendimento relacionados às diversas secretarias estaduais e a outras instituições. Temos postos de agências bancárias, como a da Caixa Econômica, e órgãos importantes como o Detran, Secretaria de Educação e o SETRAS – Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda. Nossa meta será melhorar ainda mais a qualidade das atividades realizadas e tentar ampliar os serviços durante o Governo Wagner”, declarou Diran.

Diran Lima foi indicado para o cargo pelo PC do B, partido pelo qual milita há muitos anos em Jequié. “No SAC estarei sintonizado com a vontade do povo baiano de ter uma gestão eficiente e próxima dos interesses maiores do cidadão. Esse também é meu compromisso como ativista do movimento social e político”, concluiu.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

EM GREVE, PROFESSORES OCUPAM A PRAÇA COM APOIO DOS ALUNOS

Em greve em toda Bahia desde o dia 08 de maio, os professores da rede estadual de ensino continuam em luta, mobilizados e divulgando a situação da escola pública no Estado e a triste situação salarial da categoria.
A direção da APLB-Sindicato tem realizado vários atos públicos e ocupado espaço nos meios de comunicação para mostrar a importância de se ter uma educação de qualidade com valorização profissional. “Em Jequié, para reforçar nossa luta, vamos realizar um ato público junto com os alunos, convocados pelo Grêmio do IERP, e a comunidade, HOJE, DIA 4, ÀS 15H, NA PRAÇA RUY BARBOSA. Convidamos toda população para participar dessa luta, pois ela é de interesse de todos”, convoca Caroline Moraes, vice-Coordenadora da APLB-Sindicato Delegacia do Sol.
Sobre os motivos da continuação do movimento paredista, a dirigente sindical esclarece: “O Governo do Estado recebeu a pauta de reivindicações da categoria antes do mês de janeiro. Durante esse tempo, se quisesse evitar o impasse, ele teria apresentado uma proposta de reajuste decente, e não os 3,2% iniciais com a diminuição dos percentuais entre e os níveis, diminuindo drasticamente a diferença salarial entre os que têm maior graduação. Os 17,28% concedido aos professores enquadrado nos níveis 1 e 2 ainda os deixa com o salário-base abaixo do mínimo; só em novembro eles sairão dessa situação vergonhosa”, reafirma.
Segundo Caroline, os trabalhadores em educação ficaram indignados e decepcionados com a ação civil movida pelo Governo do estado contra a mobilização. “Foi um ato provocativo e antidemocrático. Os trabalhadores sabem que a greve é um componente essencial de sua luta. Depois dessa ação intimidatória, a categoria já reafirmou sua luta e espera que o Governo se disponha a retomar as negociações num nível em que seja possível chegar a um acordo”, declara, acrescentando que o Sindicato já convocou uma Assembléia Geral para amanhã, em Jequié, às 15, na Sede da entidade.
Por Gidasio Silva

sexta-feira, 1 de junho de 2007

PROFESSORES DO ESTADO CONTINUAM NA GREVE


Na entrevista a seguir, a Diretora Regional Centro Oeste da APLB-Sindicato, DILMA SANTANA, apresenta um panorama da luta dos professores em toda região de Jequié. Ela fala que, apesar das negociações feitas até então, o Governo do Estado não avançou em uma proposta salarial que contemple as reivindicações da categoria. Pelo contrário, “ele piorou a situação ao diminuir o percentual entre os níveis salariais e ameaçar o Sindicato com um mandato judicial”, declara Dilma.

JEQUIÉ VERMELHO – Desde o dia 08 de maio os professores e professoras do Estado da Bahia estão em greve. Como está o nível de mobilização da categoria?
DILMA SANTANA – A mobilização da categoria está satisfatória em toda Bahia. Em nossa região, Jequié está com mais de 80% de adesão. Isto é uma grande referência para os outros municípios. Em cidades como Jaguaquara, Maracás, Ipiaú e outras, a greve está consolidada em todos os níveis de ensino. Nas cidades pequenas, como Dário Meira, Itagiba, Itagi, Aiquara, Jitaúna e Itiruçu a paralisação está acontecendo plenamente, principalmente nas grandes escolas.
JEQUIÉ VERMELHO – Quais os motivos da luta ainda continuar?
DILMA SANTANA – Desde o início de janeiro o Governo recebeu a pauta de reivindicação da categoria, tanto nas questões relacionadas às propostas de melhoria do ensino bem como nas questões salariais. Desde de 2006 os professores dos níveis iniciais estão com o salário base abaixo do mínimo. Pela primeira vez na história isto está ocorrendo. Esperava-se que no Governo de Jaques Wagner a educação tivesse um tratamento diferente. Infelizmente, até agora, a administração estadual tem tido a mesma prática das anteriores, inclusive na escolha dos gestores das escolas, que foi feita através de indicação política. Em certos aspectos, situação piorou. Com o reajuste concedido, com a redução do percentual entre os níveis salariais, todos os professores ficarão com os salários quase nivelados, independente de sua graduação. Com o reajuste de 17,28% , os níveis 1 e 2 só alcançarão o salário base de R$ 380,00 (o mínimo, por lei) em novembro. Ficarão abaixo da mínimo até lá. Os outros níveis receberão apenas 4,5% , escalonado também até o mês de novembro. Eis os motivos da insatisfação da categoria. Os professores querem um tratamento digno e de respeito conforme a importância da profissão que exercem.
JEQUIÉ VERMELHO – Quais os próximos da luta dos professores?
JEQUIÉ VERMELHO – Haverá várias reuniões nas escolas. Manifestações públicas, como a que vai acontecer em Jequié na próxima segunda-feira 4, às 15 horas junto com os estudantes, na Praça Ruy Barbosa. No mais, contamos com o apoio de toda comunidade. Só assim o Governo respeitará a luta da categoria e reabrirá as negociações com uma proposta salarial que satisfaça a categoria.

Entrevista concedida a Gidasio Silva