Por André Cintra
O encontro revelou forte unidade e consenso nas bases da corrente, que também aprovou unanimemente o documento “Rumo a uma central classista e democrática”. Palco desses debates, o Ginásio de Esporte do Sindicato dos Bancários da Bahia recebeu, nos últimos três dias, 443 delegados sindicais e 149 observadores, em nome de 232 entidades de 21 estados.
“Esse encontro teve uma importância bastante particular para nós e para a classe trabalhadora brasileira”, sublinhou João Batista Lemos, coordenador nacional da Corrente Sindical Classista. “Adquirimos mais condições para nos transformar, junto a outras forças, em uma central classista, democrática e plural.”
A relação com a CUT
Mediador da mesa que finalizou o encontro, Wagner Gomes, vice-presidente da CUT e presidente recém-eleito do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, esclareceu as resoluções. Já nesta semana, entidades lideradas pela CSC devem iniciar o processo de desfiliação da Central Única dos Trabalhadores. Para os sindicalistas que ocupam postos na CUT — ou que são representantes cutistas em conselhos —, a orientação é de pôr seus cargos à disposição.
“A conferência discutiu e deliberou um novo modelo de central sindical, classista e democrática — um espaço de convivência e de luta dentro do movimento. Se houve tanta unidade, foi porque amadurecemos essa questão com o tempo, e a mudança de nossa linha sindical teve sustentação também nas bases”, analisa Wagner Gomes.
Questionado sobre os eventuais impactos na relação CSC-CUT, Wagner enfatiza: não se trata de um rompimento definitivo. “Vamos trabalhar por um fórum de centrais sindicais que unifique as lutas dos trabalhadores. Seguramente, a CUT será uma de nossas aliadas preferenciais.”