domingo, 30 de setembro de 2007

De saída da CUT, CSC fecha encontro rumo à central classista


Por André Cintra
Em tom de conclamação para criar uma central sindical classista e democrática, a CSC encerrou seu 7º Encontro Nacional, na manhã deste domingo (30), em Salvador (BA). Os seis pontos da resolução final, aprovados por unanimidade pelo plenário, indicam os próximos passos de uma luta que promete alterar o cenário do sindicalismo.

O encontro revelou forte unidade e consenso nas bases da corrente, que também aprovou unanimemente o documento “Rumo a uma central classista e democrática”. Palco desses debates, o Ginásio de Esporte do Sindicato dos Bancários da Bahia recebeu, nos últimos três dias, 443 delegados sindicais e 149 observadores, em nome de 232 entidades de 21 estados.

“Esse encontro teve uma importância bastante particular para nós e para a classe trabalhadora brasileira”, sublinhou João Batista Lemos, coordenador nacional da Corrente Sindical Classista. “Adquirimos mais condições para nos transformar, junto a outras forças, em uma central classista, democrática e plural.”

A relação com a CUT

Mediador da mesa que finalizou o encontro, Wagner Gomes, vice-presidente da CUT e presidente recém-eleito do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, esclareceu as resoluções. Já nesta semana, entidades lideradas pela CSC devem iniciar o processo de desfiliação da Central Única dos Trabalhadores. Para os sindicalistas que ocupam postos na CUT — ou que são representantes cutistas em conselhos —, a orientação é de pôr seus cargos à disposição.

“A conferência discutiu e deliberou um novo modelo de central sindical, classista e democrática — um espaço de convivência e de luta dentro do movimento. Se houve tanta unidade, foi porque amadurecemos essa questão com o tempo, e a mudança de nossa linha sindical teve sustentação também nas bases”, analisa Wagner Gomes.

Questionado sobre os eventuais impactos na relação CSC-CUT, Wagner enfatiza: não se trata de um rompimento definitivo. “Vamos trabalhar por um fórum de centrais sindicais que unifique as lutas dos trabalhadores. Seguramente, a CUT será uma de nossas aliadas preferenciais.”