quarta-feira, 25 de abril de 2007

MILITARES PROIBEM DIVULGAÇÃO DA MARCHA DA EDUCAÇÃO

Cartaz da mobilização, considerado uma "ameaça" para os militares do Colégio Magalhães Neto



A APLB-Delegacia do Sol está mobilizando todas as escolas de Jequié e região e a comunidade para participar do DIA NACIONAL de Luta em Defesa e Promoção da Educação Pública, no dia 25 de abril, coordenado nacionalmente pela CNTE-Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, como parte da 4ª Marcha Nacional da Educação, cujo momento principal será a manifestação pública em Brasília, nessa mesma data. Com o slogan PAGUE O PISO ou PAGUE O PREÇO, colocado nos cartazes e faixas em diversas localidades, esse movimento está reforçando a luta histórica dos trabalhadores em Educação em defesa do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), pois o projeto referente a essa questão está em discussão no Congresso Nacional. Esse movimento cívico, tão importante para a educação brasileira, que está recebendo apoio em todo Brasil, foi impedido de ser divulgado, através de cartaz, no Colégio Militar Professor Magalhães Neto por decisão da direção militar dessa Unidade de Ensino, que tem como Diretor Administrativo o Capitão Nonato. Quando a professora Caroline Moraes, professora desse Colégio e Vice-Coordenadora da APLB-Delegacia Sol questionou essa decisão antidemocrática, argumentando que o cartaz é um dos instrumentos da divulgação desse movimento em defesa de uma educação pública de qualidade e valorização profissional, o Capitão Jocevan, Diretor Adjunto dessa instituição de ensino, retrucou dizendo que “o cartaz contém uma frase ameaçadora e apregoa algo que a escola militar não concorda, que é uma paralisação”. Ele ainda disse que essa mobilização da APLB é um movimento político. Estranhando essa postura do Capitão, não sintonizada com o ambiente democrático do Brasil e da Bahia depois da eleição do novo Governador, Caroline procurou a professora Saula, Diretora Pedagógica, para explicar os motivos do movimento. Essa diretora reafirmou a posição da direção da escola, dizendo que a escola iria funcionar normalmente no dia 25, dia da mobilização e paralisação. “Os professores que participarem do movimento terão que assumir suas faltas conforme movimentos anteriores. Nesse dia, os professores paralisados serão substituídos por militares”, informou.

“Novos tempos, velhas posturas contra a liberdade de expressão. Isso não combina com Educação”, protestou a Coordenadora Geral da APLB-Delegacia do Sol, professora Claudenice Santana. Essa dirigente sindical ainda acrescentou que no dia de mobilização e em outros momentos, os trabalhadores em educação estarão nas ruas defendendo suas justas bandeiras de democratização do ensino e também um Brasil justo e democrático.