segunda-feira, 30 de abril de 2007

Renato Rabelo: sem mudança na CUT, CSC tende a sair

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) corre o risco de passar o 1º de maio de 2008 menor do que passará o de 2007. É que ninguém descarta a possibilidade de a Corrente Sindical Classista (CSC), ligada ao PCdoB, seguir o embalo do bloco parlamentar de esquerda e buscar um distanciamento da CUT.


O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, diz que a corrente tem cobrado mais democracia interna e considera que é preciso mais transparência. "Se não houver mudança, a tendência é a Corrente Classista se retirar da CUT e se juntar a outros grupos para formar uma nova central."

Segundo o jornal Correio Braziliense, a data para essa decisão não está tão longe. "Assim que o PCdoB estiver com o bloco de esquerda (PCdoB, PSB, PDT ) consolidado no plano político, vai jogar sua força para organizar uma nova central."

A saída da CUT não é a única decisão comunista em relação ao PT. O PCdoB planeja disputar a prefeitura de, pelo menos, 19 capitais. Ou seja, querem sair da sombra dos petistas e mandar um recado ao Palácio do Planalto: a aliança em torno de Lula continua firme, mas sem submissão ao PT.

As razões da crise

As divergências na área política e programática é o que levam o PCdoB a reavaliar sua participação dentro da CUT e seu futuro junto a entidade. "O problema existe, mas não há nenhuma decisão ainda", pondera Renato Rabelo. "Faz cinco anos que os mesmos questionamentos vem sendo levantados e nada mudou. Estamos ainda construindo uma posição clara - mas existem setores que falam sobre a possibilidade de se retirar da CUT."

Segunda maior força da central - da qual tem o vice-presidente, Wagner Gomes -, a CSC reclama principalmente, segundo Rabelo, da falta de democracia interna e transparência em seus procedimentos. "Estamos fazendo um exame dessa relação. Há pontos críticos com o campo majoritário da CUT que hoje está no comando para serem ajustados", afirma Milton Alves, presidente do PCdoB no Paraná e membro do Comitê Central.

"Além disso", diz o comumista, "acreditamos que é necessário atualizar algumas bandeiras, democratizar mais a entidade e ser mais independente quanto ao governo". Apesar de não haver definição sobre os próximos passos, o PCdoB não pretende ficar refém da CUT. "Existem no Brasil 14 centrais. A Corrente Classista pode se juntar a outros setores sindicais, não precisa fazer uma nova central e ser uma corrente pequena", explicou o presidente da legenda.

Segundo Milton Alves, o campo majoritário da CUT enrijeceu em torno de um só tema - daí a necessidade de renovar, de acompanhar novas tendências

Da Redação, com Correio Brasiliense e DCI

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